quarta-feira, 20 de abril de 2011

'' Eu tenho uma espécie de dever
Dever de sonhar
De sonhar sempre, pois sendo mais do que um espetáculo de mim mesmo, eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso.
E assim, me construo a ouro e sedas

Em salas supostas, invento palco, cenário
Para viver o meu sonho
Entre luzes brandas e músicas invisíveis ''


Fernando Pessoa

terça-feira, 19 de abril de 2011

Você gosta de estrelas?
- Gosto. Você também?
- Também. Você está olhando a lua?
- Quase cheia. Em Virgem.
- Amanhã faz conjunção com Júpiter.
- Com Saturno também.
- Isso é bom?
- Eu não sei. Deve ser.
- É sim. Bom encontrar você.
- Também acho.
...


- Você tem um cigarro?
- Estou tentando parar de fumar.
- Eu também. Mas queria uma coisa nas mãos agora.
- Você tem uma coisa nas mãos agora.
- Eu?
- Eu.



(cfa)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

"Eis o meu segredo: só se vê bem com o coração.
O essencial é invisível aos olhos.
Os homens esqueceram essa verdade, mas tu não a deves esquecer.
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." 

sábado, 16 de abril de 2011

- Eu preciso saber.
- Diz.
- O que você faria se tivesse mil formas de ser feliz?
- Arriscaria essa aqui.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

'' Cresciam espinhos. Espinhos para machucar aqueles que a machucavam, então assim não a tocavam. ''

terça-feira, 12 de abril de 2011

"Minha vontade agora é sumir. Chamar você. Me esconder. Ir até a sua casa e te beijar e dizer que te amo e que você é importante demais na minha vida para eu te abandonar. Sacudir você e dizer que você é um otário porque está me perdendo dessa maneira. Minha vontade é esquecer você. Apagar você da minha vida. Lembrar de você a cada manhã. Pensar em você para dormir melhor. Então eu percebo: IT’S ME, e minhas vontades são bipolares demais. Só o que não é bipolar demais é a minha ganancia por te ter. Sim, eu escolheria você. Se me dessem um último pedido, eu escolheria você. Se a vida acabasse hoje ou daqui mil anos, eu escolheria você…"

segunda-feira, 11 de abril de 2011

'' And it kicks so hard
It breaks your bones
Cuts so deep
It hits your soul
Tears you skin
And makes your blood flow
It's better that you know
That love is hard

Love takes hostages
And gives them pain
Gives someone the power
To hurt you again and again
Oh, but they don't care ''


Música 'Love is hard' - James Morrison
'' Na minha memória - tão congestionada - e no meu coração - tão cheio de marcas e poços - você ocupa um dos lugares mais bonitos.. ''

domingo, 10 de abril de 2011


- Foste casado? 
 Acenou com a cabeça. - Sim. 
- Como era ela?  
Digo a verdade. 
- Ela era o meu sonho. Fez-lhe no que sou, e tê-la nos meus braços era mais natural para mim que o bater do meu próprio coração. Penso nela o tempo todo. Mesmo agora, quando estou aqui sentado, penso nela. Não podia ter existido outra. 
Passaram‑se já quarenta anos, e ainda me lembro de tudo o que aconteceu naquele dia. Posso estar mais velho e sensato, posso ter vivido outra vida desde então, mas sei que quando, finalmente, chegar a minha vez, as recordações desse dia serão as imagens finais que flutuarão pela minha mente. Ainda a amo, e nunca deixarei de usar a minha aliança. Em todos estes anos, nunca senti vontade de o fazer.Nunca senti vontade de fazer. Nunca deixarei de ama-la.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Renato Russo: Alguém aí, já sofreu por amor?
Público grita.
Renato Russo: Isso tudo já se apaixonou de verdade?
Público grita.
Renato Russo: Eu sempre faço essa pergunta porque eu não acredito nisso. Eu cheguei à conclusão que se o amor é verdadeiro, não existe sofrimento

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Go.

Encontro a Ginger na porta do cinema. Acho que estou condicionado a sorrir toda vez que a vejo. A minha boca reage instantaneamente. Ela está usando uma calça jeans e um top verse. Simples. E linda. Algo me diz que ela tem muito de Kubikova e vice-versa. A vida imita a arte, ou eu, simplesmente, copio. A garota dos meus sonhos existe e está vindo ao meu encontro. Se eu fosse cineasta, colocaria a câmera bem onde estou. Assim, eu a veria, em câmera subjetiva, descer a rua apressada entre passos alternados, a sua bolsa balançando, sua mão se agitando, harmoniosamente, e o exato momento em que leva a mão para jogar o cabelo por trás da orelha. Em seguida, ela me enxergaria, sorriria e apertaria ainda mais o passo. Só cortaria quando ela entrasse em close, exatos dois segundos antes de me beijar.

— Demorei?
— Posso pedir uma coisa?
— O quê?
— Você poderia ir até a esquina e descer a rua de novo?
— Por quê?
— Porque eu quero registrar isso.
— Onde? Como?
— Na minha memória.
Ela sorri. É um festival de sorrisos.
— Ok. Vou lá então.
— Não se esqueça que você está descendo pela primeira vez a rua – eu quase grito.
— Entendi – ela responde de costas.

Gui chega até a esquina. faz pose e desce a rua como se estivesse atuando. Eu ligo a minha câmera imaginária. Registro todos os movimentos. Penso em como vou me lembrar disso até o fim dos meus dias. Pensando em como a lembrança ainda é melhor que a máquina fotográfica. Agora, cinematograficamente, eu gravo frame por frame na minha memória, expondo a luz e meus sentimentos, e projeto na minha retina as imagens que voltarei sempre a enxergar toda vez que sentir um dia nublado entre a ausência e o encontro da pessoa que, possivelmente, vai causar mais falta e mais completude, ao mesmo tempo, na minha vida.



Livro 'Go' de Nick Farewell